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Você já se perguntou por que usamos o calendário gregoriano, enquanto em outros lugares do mundo o ano pode ser diferente? Em 2025, por exemplo, estamos no ano 1446 no calendário islâmico, 5785 no calendário judaico e no ano 13 da era Heisei no Japão (contando do reinado anterior ao atual). Mas por que tantos sistemas para marcar o tempo? A resposta está profundamente ligada à cultura, religião, astronomia e política de cada civilização.
Um calendário é um sistema usado para organizar o tempo. Ele divide o tempo em dias, semanas, meses e anos com base em ciclos astronômicos: o movimento da Terra em torno do Sol (ano solar), a rotação da Terra (dia) e as fases da Lua (mês lunar). Cada cultura interpretou esses movimentos de maneiras diferentes, criando calendários únicos para atender às suas necessidades sociais, agrícolas e espirituais.
O calendário que usamos na maior parte do mundo hoje é o gregoriano, criado pelo Papa Gregório XIII em 1582. Ele substituiu o antigo calendário juliano porque os cálculos de tempo estavam ficando desalinhados com as estações do ano. Esse novo modelo ajustou os anos bissextos e alinhou melhor o calendário com o ciclo solar. Muitos países europeus adotaram esse calendário ao longo dos séculos seguintes, e ele se tornou o padrão global por influência das potências coloniais e da globalização.
Outros calendários se baseiam na Lua. É o caso do calendário islâmico, que é completamente lunar. Isso significa que ele tem doze meses lunares, com cerca de 354 dias ao todo. Por isso, o mês do Ramadã, por exemplo, muda de data a cada ano no calendário gregoriano.
Já o calendário judaico é lunissolar — combina a contagem lunar dos meses com ajustes solares para manter as festas religiosas nas mesmas estações do ano. Ele usa um sistema complexo de meses extras para manter esse equilíbrio.
Algumas culturas contam o tempo com base em acontecimentos históricos importantes. O calendário budista tailandês, por exemplo, começa a partir do ano em que se acredita que Buda morreu. Já o calendário japonês é reiniciado a cada novo imperador, então os anos são contados a partir do início do reinado atual.
Há ainda calendários mais antigos, como o maia e o chinês tradicional, que misturam astrologia, agricultura e crenças espirituais em ciclos que duram dezenas ou até milhares de anos.
Mesmo com a popularidade global do calendário gregoriano, muitas culturas mantêm seus próprios sistemas por motivos religiosos, cerimoniais e identitários. Isso reforça a importância de tradições e valores de cada povo. Além disso, esses calendários são usados para marcar festas, feriados e rituais específicos, que nem sempre coincidem com o calendário ocidental.
Ter muitos calendários não é sinal de confusão — é sinal de diversidade. A maneira como contamos o tempo diz muito sobre quem somos, no que acreditamos e como enxergamos o mundo. Mesmo que o calendário gregoriano seja o mais utilizado hoje, os outros sistemas continuam vivos, lembrando que a humanidade nunca teve uma única forma de organizar o tempo.
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