Quem nunca sentiu um desconforto no carro, ônibus ou avião durante uma viagem mais longa? O enjoo de movimento — também chamado de cinetose — é algo muito comum, mas afeta cada pessoa de um jeito diferente. Enquanto alguns passam mal até em trajetos curtos, outros conseguem ler, usar o celular ou dormir tranquilamente sem sentir nada.
O que causa essa diferença está no modo como nosso cérebro interpreta as informações sensoriais. Quando estamos em movimento, o ouvido interno, responsável pelo equilíbrio, detecta o balanço, as curvas e as acelerações do veículo. Ao mesmo tempo, os olhos enviam uma mensagem diferente: se estamos olhando para o interior do carro, por exemplo, eles percebem que o ambiente ao nosso redor está parado.
Essa contradição entre o que o corpo sente e o que os olhos veem confunde o cérebro. Ele interpreta esse conflito como se o corpo estivesse intoxicado — e, por instinto de defesa, aciona sintomas como náusea, tontura, suor frio e até vômito.
Mas por que nem todo mundo sente isso? A sensibilidade à cinetose varia de pessoa para pessoa. Fatores como genética, idade e hábitos influenciam bastante. Crianças, mulheres (especialmente durante a menstruação ou gravidez) e pessoas com enxaqueca tendem a ser mais sensíveis. Já quem viaja com frequência acaba “treinando” o cérebro a lidar melhor com o movimento, reduzindo o enjoo com o tempo.
Existem, porém, formas simples de aliviar o problema. Olhar para o horizonte ajuda o cérebro a sincronizar as informações visuais e corporais. Sentar-se na frente do carro, no meio do ônibus ou perto das asas do avião — onde há menos balanço — também faz diferença. Além disso, evitar ler ou olhar telas durante o trajeto e manter o ambiente ventilado ajuda bastante.
No fim das contas, o enjoo em viagens não é sinal de fraqueza, e sim um mecanismo natural de proteção do corpo diante de um conflito sensorial.
Nota editorial
Este artigo faz parte do portal Cognos Space, um espaço de ideias, educação e reflexão, mantido pelo Colégio Cognos.
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