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Ciência

Este motor termonuclear pode levar astronautas a Marte em apenas 3 meses

João Marcos Lemos

Publicado

em

Tempo de Leitura: 2 minutos

(Imagem: Reprodução/USNC-TECH)

Quanto mais longa uma viagem espacial, mais tempo os astronautas ficam expostos à radiação cósmica. Por isso, Elon Musk já sugeriu um foguete com motor impulsionado a energia nuclear, capaz de encurtar o tempo que se levaria para chegar a Marte. Agora, a Ultra Safe Nuclear Corporation (USNC) afirma que projetou um novo motor termonuclear capaz de levar astronautas ao Planeta Vermelho em apenas três meses.

Para mover este motor, a empresa pretende usar um combustível de urânio pouco enriquecido (conhecido como HALEU, da sigla em inglês para high assay low enriched uranium), que poderia reduzir a viagem pela metade, de acordo com a USNC. O problema, claro, é produzir o reator nuclear para o motor e, ao mesmo tempo, garantir a segurança dos astronautas.

Projetos como este já vêm sendo estudado há algumas décadas, e foram descartados várias vezes pelos pesquisadores e agências espaciais. Contudo, à medida que a tecnologia avança, as chances de obter sucesso nessa empreitada aumentam. O motor termonuclear usa o calor gerado por uma reação nuclear para empurrar um veículo espacial a velocidades muito superiores às atuais. Outra vantagem em relação aos motores tradicionais é que o novo propelente de HALEU pode ser muito mais leve.

Para os mais preocupados com os riscos de acidentes, o Departamento de Energia concorda que o combustível HALEU é menos perigoso do que parece ser. Inclusive o reator do novo motor é muito semelhante ao projeto que alimenta as próximas instalações de energia de microrreator da USNC.

A empresa disse que este motor oferecerá o dobro de empuxo de um motor químico, que é o tipo usado atualmente. Também promete ser mais estável, já que no HALEU o urânio é pouco enriquecido e encapsulado em cerâmica resistente a altas temperaturas. Atualmente, os foguetes movidos a combustível químico estão no limite de resistência e estabilidade, então faz sentido que o próximo passo seja uma tecnologia superior.

Deve demorar um pouco até que possamos ver os primeiros veículos espaciais movidos a reação nuclear. Muitos testes serão necessários até que as empresas e agências espaciais considerem a tecnologia confiável o suficiente para usar em missões reais. Também existem outras propostas interessantes, como a propulsão elétrica, então resta esperar para ver qual se mostrará mais eficiente, econômica e segura.

(Por Daniele Cavalcante | 17 de Novembro de 2020 às 11:40)

Fonte: Canaltech

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