Uma equipe da McAfee conseguiu enganar um sistema de reconhecimento facial semelhante ao utilizado em aeroportos para verificação de passaportes e, por meio de técnicas de machine learning, fez com que o algoritmo identificasse uma pessoa diferente da que era exibida – o que permitiria a alguém embarcar em um voo estando registrado ou não.
Para o ataque, foi utilizado um algoritmo de tradução conhecido como CycleGAN, capaz de mudar o estilo de fotografias com efeitos especiais, a exemplo de “tornar” o registro de um porto uma pintura de Monet ou transformar uma imagem de uma montanha no verão em um cenário de inverno. Mais de 1,5 mil fotos de dois membros do time foram “misturadas” umas às outras e, depois de centenas de tentativas, chegou-se a uma falsificada que parecia uma a olho nu e outra ao reconhecimento facial.
Steve Povolny, líder do estudo, explica: “Se formos à frente de uma câmera ao vivo que usa reconhecimento facial para identificar e interpretar quem está sendo examinado e comparar com uma foto de passaporte, podemos realística e repetidamente causar esse tipo de classificação errônea“.
Ainda que a informação seja alarmante, os pesquisadores não tiveram acesso ao sistema real utilizado nesses estabelecimentos, apenas a um algoritmo avançado open source. Além disso, são necessários computadores poderosos e expertise para treinar as máquinas, o que sugere alto investimento e muito tempo.
Defendendo a manutenção da presença humana nessas ocasiões, o pesquisador alerta: “A IA e o reconhecimento facial são ferramentas incrivelmente poderosas para ajudar no processo de identificação e autorização de pessoas; porém, quando você os pega e substitui cegamente um sistema existente que depende inteiramente de um ser humano sem ter algum tipo de verificação secundária, isso pode significar introduzir uma fraqueza maior do que antes”.