Quem nunca levantou decidido para fazer algo, entrou em outro cômodo da casa e… simplesmente esqueceu o que ia fazer? Esse fenômeno é tão comum que parece até brincadeira, mas tem uma explicação científica muito interessante.
O que acontece é que nosso cérebro organiza memórias e intenções em “contextos”. Cada ambiente em que estamos — sala, cozinha, quarto — é um contexto diferente, com cheiros, objetos, sons e estímulos próprios. Quando decidimos fazer algo, como “pegar o celular” ou “buscar um copo d’água”, o cérebro associa essa intenção ao contexto em que a ideia surgiu.
Mas ao mudar de ambiente, o cérebro entende que aquele “cenário mental” acabou e começa a preparar novos estímulos e informações para o novo espaço. Esse processo é chamado de “efeito da passagem de porta” (doorway effect). Ele foi estudado por pesquisadores da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, que descobriram que atravessar uma porta literalmente faz o cérebro “reiniciar” parte da memória de curto prazo, para priorizar o que é mais relevante no novo local.
É como se, ao entrar em outro cômodo, o cérebro dissesse: “Novo ambiente, novas informações!”, e parte do que estávamos pensando ficasse “congelada” no cômodo anterior. Por isso, muitas vezes basta voltar para o lugar de onde saímos para lembrar o que queríamos fazer — o cérebro recupera o contexto original e a memória volta quase instantaneamente.
Em resumo, esquecemos o que íamos fazer ao entrar em outro cômodo porque nosso cérebro é extremamente eficiente em se adaptar ao ambiente, mas nem sempre isso joga a nosso favor. Ele prefere priorizar o “aqui e agora” — mesmo que isso signifique nos deixar um pouco perdidos por alguns segundos.
Nota editorial
Este artigo faz parte do portal Cognos Space, um espaço de ideias, educação e reflexão, mantido pelo Colégio Cognos.
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