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Ciência

Cientistas ilustram células reagindo à vacina de Oxford

João Marcos Lemos

Publicado

em

Tempo de Leitura: 2 minutos

Com a pandemia, cada passo que se dá na direção das descobertas sobre a COVID-19 representa um grande avanço. Publicado nesta quarta-feira (7) na revista ACS Central Science, um estudo comparou pela primeira vez as imagens de proteínas espiculares que se desenvolvem na superfície das células expostas à vacina contra COVID-19 (neste caso, a vacina Oxford/AstraZeneca), como se fossem as proteínas spike do coronavírus.

O vírus SARS-CoV-2, que causa a COVID-19, tem um grande número desses espinhos (que dá ao vírus sua famosa forma de coroa) saindo de sua superfície, que ele usa para se ligar e entrar nas células do corpo humano. Basicamente, essas espículas são revestidas de açúcares (conhecidos como glicanas) que disfarçam partes das proteínas virais para enganar o sistema imunológico humano.

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela biofarmacêutica AstraZeneca usa um adenovírus como vetor viral em sua fórmula. De maneira resumida, a tecnologia empregada na vacina utiliza um vírus inócuo, editado com a proteína spike do SARS-CoV-2, que faz o organismo gerar anticorpos neutralizantes contra esse alvo.

Neste novo estudo, os cientistas da Universidade de Oxford e da Universidade de Southampton expuseram uma série de células, in vitro à vacina de Oxford/AstraZeneca, a Covishield. E pela primeira vez, obtiveram  imagens das células reagindo ao imunizante, utilizando uma técnica conhecida como microscopia crioeletrônica (cryoEM). Foram milhares de imagens técnicas obtidas, as quais os cientistas combinaram para criar e editar uma imagem só, bem clara, das proteínas spike nas células. Veja abaixo:

Imagem editada pelos cientistas, mostrando as proteínas spike do adenovírus usado na vacina (Imagem: Universidade de Southampton)

A imagem mostra uma célula humana com proteínas spike já formadas em sua membrana, como resultado da exposição à vacina. Após o contato com o imunizante, essas proteínas se desenvolvem na superfície celular e são altamente semelhantes às do coronavírus. Assim sendo, o organismo trabalha gerando anticorpos que atacariam o vírus original em resposta a uma possível exposição.

“É uma técnica imensamente poderosa que nos permitiu visualizar a densa matriz de proteínas spike que tiveram foram fabricadas e apresentadas na superfície das células”, revela o professor Peijun Zhang, da Universidade de Oxford, que liderou o trabalho. “Neste estudo, pretendemos ver quão próximas as proteínas spike induzidas pela vacina se assemelham às do coronavírus”, completou o professor Max Crispin, também envolvido na pesquisa.

Imagem mostra como as proteínas espiculares se ligam na célula humana (Imagem: Universidade de Southampton)

“Esperamos que este estudo forneça mais compreensão para o público, ajudando-o a ver como a vacina de Oxford/AstraZeneca funciona. Muitas pessoas podem não perceber como suas células se tornam pequenas fábricas de produção de proteínas virais que desencadeiam a resposta imunológica necessária para combater a doença. Isso também pode garantir que a vacina está fazendo seu trabalho e gerando o material de que precisamos para apresentar ao nosso sistema imunológico”, concluiu o pesquisador.

Para ver mais imagens e ler o artigo científico completo, clique aqui.

Fonte: Canaltech

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