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O filme Avatar: O Caminho da Água, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (15/12), dividiu a opinião dos críticos de cinema, com classificações variando de uma estrela a cinco estrelas.
Enquanto alguns disseram que era “deslumbrante“, outros o descreveram como um “protetor de tela de um trilhão de dólares”.
O Caminho da Água é a continuação de Avatar de 2009, que segue sendo o filme de maior bilheteria de todos os tempos.
O diretor James Cameron sugeriu que a sequência precisa se tornar o quarto filme de maior bilheteria de todos os tempos, apenas para pagar o valor do seu orçamento.
Em O Caminho da Água, os espectadores são transportados de volta ao planeta de Pandora, onde a existência do povo Na’vi está novamente ameaçada.
Em uma crítica de uma estrela, Robbie Collin, do jornal britânico The Telegraph, sugeriu que assistir ao filme “é como ser torturado com cimento azul-turquesa goela abaixo”.
“A história, elaborada por Cameron e uma equipe de roteiristas de quatro pessoas, é uma peça clássica de prolongamento da franquia, na qual nada significativo ou mudanças importantes acontecem, e todas as peças são devolvidas às suas posições originais, prontas para o próximo capítulo,” ele escreveu.
Mas Nick De Semlyen, da revista de cinema britânica Empire, teve a visão oposta, concedendo ao filme cinco estrelas e descrevendo-o como “extremamente divertido”.
“É um salto além até mesmo do que [Cameron] conseguiu com o primeiro filme, um sonho acordado fantasmagórico, totalmente imersivo, um filme em que algo impossível está acontecendo na tela em quase todos os momentos”, afirmou.
Outros questionaram a duração do filme.
“Em mais de três horas, você terá tempo para refletir calmamente sobre a geopolítica, assim como sobre sua programação de férias, agenda de reuniões e ideias de receitas”, brincou Danny Leigh, do jornal britânico Financial Times.
No primeiro filme Avatar, Jake Sully (interpretado por Sam Worthington), um fuzileiro naval com deficiência, se infiltra na população indígena de Pandora assumindo um corpo de avatar.
Ele acaba desertando para se juntar à espécie Na’vi na defesa do planeta contra uma tentativa dos humanos de obter um mineral precioso.
O Caminho da Água se passa muitos anos depois. Jake agora tem uma família com Neytiri (Zoe Saldaña), e o filme mostra eles unindo forças com uma tribo à medida que surgem novas ameaças a Pandora.
Peter Bradshaw, do jornal britânico The Guardian, não gostou do filme, comparando-o a um “protetor de tela de US$ 1 trilhão”.
Concedendo apenas duas estrelas ao longa, Bradshaw afirmou:
“A história, que pode preencher um desenho animado de 30 minutos, é estendida como se por algum programa de inteligência artificial em um filme de três horas de perfeição exagerada épica”.
Também optando por conceder duas estrelas, Kevin Maher, do The Times, descreveu o longa como uma sequência “visualmente espetacular, mas supérflua”.
Ele sugeriu que o personagem principal Sully é “monótono” e disse que o filme parecia repetitivo.
“Tudo aqui é recauchutado, reformado, regurgitado”, acrescentou.
O filme também é estrelado por Sigourney Weaver e Kate Winslet, ao lado dos novatos Bailey Bass e Trinity Jo-Li Bliss.
“Avatar: O Caminho da Água tem cenas que vão fazer seus olhos saltarem, sua cabeça girar e sua alma disparar”, escreveu Owen Gleiberman, da revista americana Variety.
Mas ele acrescentou:
“Há quase zero dimensionalidade no que se refere aos personagens. A dimensionalidade está toda nas imagens.”
David Rooney, da revista americana The Hollywood Reporter, disse que o filme “oferece ação, emoção e visuais 3D emocionantes”.
“Em termos de sofisticação narrativa e ainda mais de diálogo, esta sequência de US$ 350 milhões é quase tão básica quanto o (filme) antecessor, até mesmo fraca às vezes”, ele escreveu.
“Mas a construção de um mundo expandido e biodiverso atrai você, o espetáculo visual te mantém hipnotizado.”
Clarisse Loughrey, do jornal britânico The Independent, ficou no meio do caminho com uma crítica de três estrelas, com o título: “Você provavelmente ainda não se importará [com Avatar], mas pelo menos é muito bonito.”
“Esses filmes, que são em grande parte idênticos em tom, não parecem atos de amor, mas de realização material”, ela escreveu.
“Eles existem mais para serem respeitados do que para serem adorados.”
Larushka Ivan-Zadeh, do Metro, também deu uma crítica de três estrelas, dizendo:
“Embora sempre haja toneladas de ação acontecendo, é incrivelmente difícil se envolver ou se importar muito com esses personagens sem graça.”
“Como espetáculo, é surpreendente. Mas isso é mesmo um filme?”, ela questionou.
“Está mais para uma atração de parque de diversão de três horas.”
Já Justin Lang, do jornal americano LA Times, ficou mais entusiasmado, sugerindo que o filme “vai curar sua melancolia de cinéfilo”.
“Cameron leva você tão fundo e o deixa tão suavemente à deriva que, às vezes, você não sente que está assistindo a um filme, mas flutuando em um”, ele escreveu.
Voltar a Pandora “se tornou o melhor negócio do mundo pelo preço de um ingresso de cinema”, concordou David Ehrlich, do IndieWire.
Ele descreveu o filme como “arrebatador e impressionante”, acrescentando que a experiência visual “simplesmente não se compara a qualquer outra coisa que esteja passando” nos cinemas.
Já Ian Sandwell, do Digital Spy, disse que era uma “obra-prima visual que muitas vezes é bonita de se ver, mas que nem sempre tem substância para combinar com seu estilo considerável”.
Concedendo uma classificação de quatro estrelas, Charlotte O’Sullivan, do Evening Standard, escreveu:
“Em termos de enredo, este filme chove no molhado. Mas tudo bem, porque a água é adorável.”
Brian Viner, do Daily Mail, também foi positivo, concluindo:
“Esta sequência é tremendamente divertida, ainda maior e melhor do que o (filme) original, mas caramba, vai colocar sua bexiga à prova.”
Fonte: BBC Brasil
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