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Aprendizado

O Dilema da Fiança

Nicole Rizzutti Lemos

Publicado

em

Tempo de Leitura: 4 minutos

Em tempos de dificuldades econômicas, muitos de nós têm amigos ou parentes passando por necessidades. Nós queremos fazer o que estiver ao nosso alcance para ajudar. A coisa mais fácil pode ser simplesmente dar a eles algum dinheiro. Um vale presente para o mercado ou o pagamento de alguma conta de serviços públicos pode significar um grande alívio para alguém com o dinheiro curto. Mas Jesus disse: “…Há maior felicidade em dar do que em receber.” (Atos 20:35).  Uma aplicação desta admoestação é que o receptor pode não estar tão entusiasmado com o presente como você está como doador – portanto, cuidado é a recomendação quanto a forma como você reage.  

Atos 4:32-35 fala acerca da igreja primitiva, quando os primeiros cristãos se preocupavam profundamente uns com os outros. Se uma pessoa ou família tivesse uma necessidade, uma outra pessoa vendia alguma coisa para ajudá-la. A Bíblia diz que o dinheiro era “depositado aos pés dos apóstolos”, sugerindo algum tipo de fundo de reserva discricionário que pudesse ser usado por qualquer um que tivesse necessidade.  Muitas igrejas hoje têm um sistema similar em vigor.  

Poderíamos pensar que tomar dinheiro emprestado seria uma boa ideia, mas os bancos atuam no negócio de fazer empréstimos, e o nosso amigo pode já ter esgotado essa possibilidade. Se fizermos um empréstimo pessoal a um amigo ou parente, teremos que agir como um pequeno banco. Teremos que fazer as coisas que um banco faria, tal como ter um documento de empréstimo declarando o valor, juros e plano de reembolso, bem como as consequências decorrentes da eventual falta de pagamento.  

Trata-se de uma transação de negócios, portanto mesmo lidando com um amigo ou membro da família, devemos ser firmes na forma como conduzimos a transação. Nós também podemos querer considerar isso como sendo um presente, com uma cláusula de perdão de débito. Por exemplo, o acordo de empréstimo pode dizer que o débito será cancelado caso ocorram algumas coisas, tais como a perda de emprego, conclusão de um curso universitário, ou alguma outra forma de incentivo que beneficie todos os envolvidos.

A pior forma de “ajuda” é ser fiador. A sabedoria atemporal do livro de Provérbios na Bíblia compara a fiança a um pássaro apanhado em uma armadilha, alertando contra seus perigos potenciais. “Meu filho, se você serviu de fiador do seu próximo, se, com um aperto de mãos, empenhou-se por um estranho, e caiu na armadilha das palavras que você mesmo disse…vá e humilhe-se; insista, incomode o seu próximo!…Livre-se como a gazela se livra do caçador, como a ave do laço que a pode prender.” (Provérbios 6:1-5).  

Como diz o texto, se inadvertidamente fomos fiadores do débito de uma outra pessoa, devemos nos ver livre disso o mais rápido que pudermos. Quarenta por cento das pessoas que serviram de fiadores para um amigo acabaram perdendo dinheiro; pior ainda, 30 por cento descobriram que isso prejudicou o relacionamento. Como outro texto de Provérbios alerta, “Quem serve de fiador certamente sofrerá, mas quem se nega a fazê-lo está seguro.” (Provérbios 11:15).    

Há alguns anos meu pai assinou como fiador um empréstimo para um automóvel para um parente. O parente deixou de pagar o empréstimo e o carro foi retomado. Isso constou como falta de pagamento e retomada do bem na ficha de crédito do meu pai, porque ele foi o garantidor do empréstimo. Isso fez com que fosse mais difícil para ele obter uma hipoteca alguns anos depois. Se ele tivesse optado por ser co-mutuário, com seu nome constando do documento, meu pai poderia ter reclamado o carro e vendido o bem para quitar o empréstimo e preservar o seu crédito.  

Se temos amigos ou membros da família passando por necessidades, nosso desejo de fazer uma diferença honrosa deve ser feito de forma a não lhes causar nenhum constrangimento. Podemos lhes fazer um empréstimo, mas somente se o dinheiro não for necessário para satisfazer nossas próprias obrigações financeiras. Como as Escrituras advertem, jamais seja fiador de um empréstimo.  Não existe vantagem em prestar fiança. Podemos ser generosos encontrando maneiras criativas e substanciais de encorajar, apoiar e animar nossos amigos e parentes, ao mesmo tempo em que protegemos os relacionamentos e o nosso próprio futuro financeiro.   

Próxima semana tem mais!


Texto de autoria de Jim Mathis, dono de um Estúdio de Fotografia em Overland Park, Kansas, USA, especializado em trabalhos corporativos, comerciais e artes dramáticas. Também dirige uma Escola de Fotografia. Jim é autor de “Câmaras de Alto desempenho”, livro para pessoas comuns sobre fotografia digital. Foi dono de uma Cafeteria e Diretor Executivo do CBMC, em Kansas City, Kansas, Missouri. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de Juan Nieto (jcnieto20@gmail.com)..


MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC – Conectando Business e Mercado a Cristo, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2022 – DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL –  E-mail: adm.mana@cbmc.org.br -Desejável distribuição gratuita na íntegra. Reprodução requer prévia autorização. Disponível também em alemão, espanhol, inglê e japonês.


Questões Para Reflexão ou Discussão  

1.  Alguém já foi fiador de um empréstimo para você? Como funcionou?

2.  Você já concordou em ser fiador para o empréstimo de outra pessoa? Como foi a experiência? Enquanto o empréstimo estava em vigor, ele criou alguma tensão ou estresse em seu relacionamento com essa pessoa?

3.  Você concorda com a conclusão de que é errado prestar fiança para alguém, especialmente um amigo ou membro da família? Por quê? Existe algum benefício em assumir a responsabilidade pelas obrigações financeiras de outra pessoa?  

4.  Em sua opinião, por que outras formas de ajudar alguém, como por exemplo um presente, um empréstimo pessoal estipulando o reembolso ou mesmo um empréstimo com incentivo para o pagamento são preferíveis a servir de fiador para o empréstimo de alguém junto a uma instituição financeira? Que princípios bíblicos devem guiar os seus pensamentos quando você avalia possíveis opções?  

Nota: Se tiver uma Bíblia e desejar ler mais sobre o tema, considere as seguintes passagens: Provérbios 3:27-28; 17:18; 20:16; 22:26-27;  Marcos 12:30-31; Gálatas 6:9-10.

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