Para Michael Phelps, atletas olímpicos ‘precisam de alguém em quem possam confiar’
Foto: David Becker – 6.jan.2020/Getty Images
A desistência de Simone Biles da final de ginástica por equipes na terça-feira (27) por causa de problemas de saúde mental deixou o ex-nadador olímpico dos Estados Unidos Michael Phelps de “coração partido”.
A questão ganhou destaque nas Olimpíadas de 2020 depois que Biles optou por não competir na final por equipes – seguindo os comentários da estrela do tênis Naomi Osaka sobre a pressão dos Jogos afetando a saúde mental dos atletas.
“As Olimpíadas são impressionantes. Há muitas emoções envolvidas nisso”, disse Phelps.
O ex-nadador repetiu comentários anteriores de Biles, dizendo que os atletas carregam “muito peso em seus ombros” e que “é um desafio, especialmente quando os holofotes estão todos sobre nós”.
Além disso, a situação de pandemia no Japão fez com que os atletas não possam levar familiares ou uma rede de apoio com eles – muitos falaram que isso representa um desafio.
A jogadora da Austrália e da WNBA, Liz Cambage, por exemplo, desistiu antes do início dos Jogos, alegando motivos de saúde mental, pois estava preocupada com a “bolha das Olimpíadas”.
“Sem família. Sem amigos. Sem fãs. Sem rede de apoio fora do time. É honestamente assustador para mim. No mês passado, tive ataques de pânico, sem dormir e sem comer”, disse Cambage sobre sua decisão.
“[Os atletas olímpicos] precisam de alguém em quem possamos confiar”, disse Phelps, acrescentando que precisa ser “alguém que nos deixe ser nós mesmos e nos escute, nos permita ficar vulneráveis, alguém que não vá tentar nos consertar”.
“Somos seres humanos. Ninguém é perfeito. Então, sim, não há problema em não estar bem. Não há problema em passar por altos e baixos, por montanhas-russas emocionais. Mas acho que o mais importante é que todos nós precisamos pedir ajuda às vezes quando passamos por esses momentos.”
Phelps disse esperar que esta seja uma oportunidade para tornar as discussões sobre saúde mental ainda maiores.
“Isso é algo que vai exigir muito tempo, muito trabalho duro e pessoas dispostas a ajudar”, afirmou.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse nesta quarta (28) que já apoia os atletas em questões relacionadas à saúde mental, mas que pode “fazer mais nessa questão”, segundo seu porta-voz Mark Adams.
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