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3 anos atrásem
Startup é um termo criado nos EUA, que vem de “start up” (iniciar), e passou a ser sinônimo de empresas que crescem rapidamente a partir de ideias inovadoras, na maioria das vezes impulsionadas pela tecnologia. Esses grupos costumam ter grande apelo inicial junto ao mercado e aos consumidores — daí essa associação com início veloz, que evoca uma progressão bastante vertical.
Por essas características, as startups usam e abusam da ciência e da tecnologia para implementar sua ideia de forma mais eficiente e com menos custos. O que seria da Uber, do iFood e da Nubank sem o devido desenvolvimento de seus aplicativos e plataformas de transporte particular, delivery e finanças, respectivamente?
Mas seria uma startup também uma empresa tradicional? E se não, no que os dois modelos de negócios diferem entre si?
O senso comum diz que startup é uma empresa iniciante de tecnologia, ou que aplica conceitos inovadores. Na verdade, é um pouco das duas coisas.
De acordo com Steve Blank, empreendedor e um dos “papas” do movimento “Lean Startup” (“Startup Enxuta”), uma startup é um grupo de pessoas ou empresa em busca de um modelo de negócios escalável, isto é, que possa aumentar seu faturamento sem necessariamente desembolsar verba para despesas na mesma proporção.
Também é bastante comum que startups captem investimento externo conforme a empresa cresce e comprove a rentabilidade de seu modelo de negócios. Essa injeção de grana pode ser devolvida em forma de participação acionária, pagamento de dividendos ou após uma aquisição por parte de uma companhia maior.
Uma startup traz essas características:
Uma empresa tradicional tem propriedade e operações mais focadas no lucro imediato e na sua consolidação — isto é, por se sustentar pelas suas próprias pernas, sem depender tanto de investimento externo. Quando desejam aumentar receita, precisam elevar os custos na mesma medida. Também trabalham em mercados mais antigos e sólidos, com os concorrentes bem definidos.
Por conta disso, seu crescimento orgânico costuma ser mais lento que o de uma startup; e suas margens de lucros são mais limitadas. Um exemplo: se dono de uma padaria quiser aumentar a base de clientes para lucrar mais, ele precisa implementar a produção em outra unidade física em um local distinto, o que consome tempo considerável, planejamento e capital. Em compensação, seu negócio, teoricamente, corre menos riscos que os de uma startup.
Objetivo
Enquanto uma empresa tradicional foca na rentabilidade e na estabilidade, com olhar a longo prazo, as startups estão mais preocupadas nas receitas para o financiamento e o potencial de crescimento a curto ou médio prazo.
Ser escalável é muito importante para uma startup, porque isso possivelmente a tornará capaz de crescer de forma acelerada e sustentável, além de justificar o investimento nela. Já uma empresa tradicional tende a acumular lucros organicamente e de maneira relativamente mais estável ao longo de tempo.
Estrutura
Uma startup foca mais em oportunidades, para atender rapidamente a uma demanda do mercado; além de apostar na sua ideia central como um diferencial inovador para o contexto. Já as empresas tradicionais se concentram mais na sobrevivência do negócio, fluxo de operação estruturado e planejamento a longo prazo.
Startups normalmente começam a operar com equipes bem menores que empresas comuns. Surgem com cinco a dez pessoas, incluindo os fundadores e sócios. Nesse ambiente, há incentivos para que todos participem do crescimento do grupo, às vezes com algum acúmulo de funções no início das atividades; no empreendimento tradicional, cada colaborador tem seu trabalho mais bem definido.
Gerenciamento
Uma empresa tradicional nasce em mercados conhecidos e tenta atuar dentro de sua zona de conforto, isto é, dentro dos saberes e práticas que ela domina. Na startup, o estímulo à inovação e ideias disruptivas é mais constante; seus funcionários, que não precisa necessariamente masterizar apenas uma disciplina e podem inicialmente ter um desempenho regular em múltiplas áreas de conhecimento, costumam ser mais proativos para lidar e aprender com problemas que precisam de soluções rápidas.
Controle da empresa
Nas startups, os sócios e fundadores buscam investimento, que pode ser tanto na forma de verba ou de tempo de colaboração ao longo dos primeiros anos de atuação; e, normalmente, oferecem em troca alguma participação no próprio empreendimento. Em uma empresa tradicional, na maioria das vezes, os sócios detêm o controle absoluto do negócio.
Investimentos
Como dito acima, as startups estão constantemente buscando investimentos para ganhar tração e escalar. Por isso, passam por várias rodadas de aportes ao longo do seu crescimento, até se tornarem empresas maiores ou atingirem o exit, estágio em que são compradas ou vendem suas ações em uma Bolsa de Valores.
Já as empresas tradicionais buscam operar sem a necessidade de grande investimento além do inicial; seu crescimento vem mais do capital de giro, parte do caixa que garante a continuidade das atividades. A ideia é que as receitas cubram os custos e gerem algum lucro para os sócios.
Fonte: Canaltech
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Editor Chefe do Colégio Cognos.
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