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O termo “efeito Mozart” vem de um teste realizado em 1993 por neurobiologistas da Universidade da Califórnia. Nele, jovens universitários, separados em três grupos, passaram por estímulos diferentes durante 10 minutos:
Depois, todos os membros dos grupos realizaram testes com a escala de inteligência Stanford-Binet. O primeiro grupo, que ouviu a Sonata K. 448, foi o que conseguiu os melhores resultados. Daí surgiu a ideia batizada de “efeito Mozart”.
Hoje, circulam muitas afirmações na internet a respeito de como frequências e músicas estimulam a mente e promovem relaxamento. Mas até que ponto isso é verdade? O que a ciência diz?
O Efeito Mozart foi descrito em um artigo na revista científica Nature, em 1993. Mas vamos por partes.
Primeiramente, os efeitos do experimento com a sonata de Mozart foram temporários — não foram além de 15 minutos. Além disso, alguns experimentos obtiveram sucesso em replicar os resultados, mas outros, não.
Uma ideia equivocada sobre os resultados passou a circular, afirmando que as músicas de Mozart aumentariam o Quociente de Inteligência (QI) das crianças que as ouvissem. Isso fez com que o governo da Geórgia, na década de 90, adquirisse gravações com composições de Mozart para as famílias que tinham recém-nascidos.
Especialistas colocam em discussão as variáveis que podem interferir nos resultados, como a idade dos indivíduos, o ambiente que as pessoas integram na ocasião do teste, o volume da composição musical, o conhecimento musical que a pessoa já tem e algumas habilidades. Todos esses aspectos podem gerar variações nos resultados dos experimentos.
Além disso, o tamanho da amostragem dos testes que envolvem o efeito Mozart é, na maioria das vezes, pequeno. Isso prejudica a confiabilidade deles e dificulta uma conclusão efetiva sobre o assunto.
Outros pesquisadores independentes perceberam que a composição de Mozart aumentou o nível de atividades das ondas cerebrais alfa. Elas estão associadas ao relaxamento e, ao mesmo tempo, à estimulação das atividades cerebrais.
Esse aumento melhoraria:
Vale ressaltar que esses resultados não foram observados em pessoas que apresentavam déficit de aprendizagem.
Outros experimentos revelaram que ouvir Mozart ajudaria as crianças a lerem de forma mais fluente. Para os jovens adultos, um teste revelou, no entanto, que a fluência verbal melhorava quando ouviam músicas de Vivaldi.
As músicas de Mozart foram consideradas favoráveis à memória verbal porque a estrutura musical delas se aproxima da estrutura frasal da fala. A memória verbal se refere a informações escritas ou faladas e tem muita importância na educação infantil e no processo de aprendizagem, em geral.
Outros efeitos verificados em relação à escuta de composições de Mozart foram:
A verdade é que não se detectou, efetivamente, aumento geral no QI, como se esperava e como se propaga ainda hoje na internet. No entanto, não se pode ignorar os indícios de que escutar certos tipos de música pode trazer benefícios em relação a habilidades e qualidade de vida.
Em relação aos fatos, podemos resumir o seguinte sobre o efeito Mozart, em particular:
Uma conclusão mais geral a que podemos chegar, quando falamos no efeito Mozart, é que a música ajuda no desenvolvimento emocional e cognitivo. Mas ela não proporciona efeitos “milagrosos”, como deixar uma criança mais inteligente rapidamente ou solucionar um déficit de aprendizagem.
O processo de estímulos propiciados pela música ativa o funcionamento de diferentes regiões do cérebro, conectando áreas específicas com diferentes funções. Nos testes com a música de Mozart, os pesquisadores notaram muita ativação nas regiões temporais e pré-frontais do cérebro e no pré-cúneo, que são regiões relacionadas, simultaneamente, ao raciocínio espacial, à criatividade e ao bem-estar.
Vale a pena, portanto, investir na música para aprimorar a educação infantil, além de outras formas de arte, como:
Vamos finalizar nosso artigo sobre o efeito Mozart com o que diz a Liga Acadêmica de Neurociências. É preciso considerar, nas pesquisas sobre o tema, os diferentes elementos existentes na composição musical, bem como a individualidade dos compositores e as particularidades de cada intérprete. Assim, pode-se compreender melhor a influência de diferentes elementos sobre nossa percepção e nossa saúde mental e cognitiva.
As músicas infantis, que tanto agradam as crianças, são valiosas ferramentas no processo de aprendizagem. Mas vale a pena usar, eventualmente, músicas clássicas para estimular a memória verbal e proporcionar outros benefícios de mindfulness (otimização do foco e da atenção). E por que não usar a Sonata K. 448, composição que impulsionou a ideia do efeito Mozart?
Você já teve alguma experiência de aprendizado marcada pela música? Deixe um comentário!
As informações contidas neste material se fundamentam em estudos psicológicos da criança e servem de base para ajudar com o seu desenvolvimento e educação. Os resultados de tais métodos podem variar de acordo com cada criança, pois dependerão de aspectos individuais e sociais.
Fonte: MundoBic
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