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Aprendizado

Entenda alguém com transtorno de ansiedade

João Marcos Lemos

Publicado

em

Tempo de Leitura: 4 minutos

Um sentimento de alerta pode ter vários nomes, como medo, preocupação, receio e a tão temida ansiedade. É completamente normal sentir ansiedade em situações estressantes, como falar em público ou entrar numa montanha russa em um parque de diversões; entretanto, quando falamos de um transtorno, trata-se de uma condição anormal do ser humano.

O transtorno de ansiedade é o nome popular da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Diferentemente da ansiedade cotidiana, um transtorno de ansiedade tem como característica a sua constância, sendo assim, ele é mais persistente.  Na sociedade atual, tudo está mais acelerado, isso obriga os mecanismos humanos a acompanharem este ritmo para sobreviver, porém essa mudança de ritmo não é tão simples para se adaptar; prova disso é que a SPA atinge aproximadamente 80% da população de todas as idades.

As causas de um estado de alerta podem variar, desde algo comum como medo de acidentes, assaltos, desastres naturais, entre outros, até algo específico como uma fobia. Para exemplificar, considere uma pessoa que tenha emetofobia – fobia de vômito, vomitar ou ver alguém vomitando -, uma pessoa assim tende a evitar comer, ir em montanhas russas ou viagens de barco por medo de se sentir  náuseas ou de ir a bares, baladas e hospitais por medo de ver alguém passando mal. Tudo isso acompanhado de pensamentos como “Será que aquele leite que tomei esta manhã estava vencido?” ou “Essa pessoa está meio estranha, se ela começar a passar mal vou sair correndo!” entre vários outros.

Este transtorno pode se manifestar psicologicamente – sintomas como apreensão, angústia, insônia, dificuldade de concentração, pensamentos catastróficos etc – e também fisicamente – sudorese, falta de ar, boca seca, náuseas, ondas de calor, calafrios, tremedeira, queda de cabelo, taquicardia entre muitos outros. Os sintomas físicos podem ser confundidos com os de doenças físicas. É comum pessoas terem muitas náuseas frequentemente, ou qualquer outro sintoma, mas os exames médicos não indicam nada. Esses casos podem ser de problemas psicológicos.

Em suma, a SPA causa uma preocupação desproporcional ao evento. Mas como ajudar alguém com esse transtorno?

 Em “Tartarugas Até Lá Embaixo”, de John Green, a personagem Holmes descreve as preocupações de sua condição a um espiral; acontece de maneira semelhante na SPA, pois um mínimo pensamento é capaz de atrair vários outros da mesma categoria. Para aliviar a crise é preciso “sair do espiral”, tirando o foco dele. Se você está perto de uma pessoa que está tendo uma crise de ansiedade, acolha-a com empatia; ao invés de dizer “É só pensar positivo que passa”, diga palavras de acolhimento, como “Estou aqui com você”, “Você não vai morrer”, assim você está instigando-a  contrariar as preocupações que a atormentam.

Outra alternativa é propor exercícios respiratórios, respirando devagar e profundamente junto com a pessoa. Também é válido ajudá-la a se distrair, chamando-a para prestar atenção no céu, em objetos próximos, em um filme que está passando ou até mesmo conversar sobre um assunto paralelo. Dessa forma, você “puxa” a pessoa para fora do espiral de preocupações.

Ainda existem outras técnicas para aliviar crises, falarei sobre duas: “abraço de borboleta” e “5,4,3,2,1”. 

Abraço de Borboleta

O abraço de borboleta consiste em cruzar as mãos como se fossem duas asas, (exatamente como na foto acima) entrelaçar os polegares formando algo como um pássaro. posicione as mãos dessa forma sobre o peito, logo abaixo da clavícula e respire fundo, em seguida, suas mãos devem bater levemente no peito como as asas de uma borboleta, uma de cada vez.

5,4,3,2,1

Essa técnica funciona para se acalmar num momento de muito stress ou em uma crise de pânico.

Outra técnica é a 5,4,3,2,1. Consiste em parar para “exercitar” os órgãos do sentido. você segue cinco passos.

 Passo 1: Procure cinco coisas que você pode ver, o céu, uma janela, uma caneta (qualquer coisa)  e observe-as e liste-as mentalmente. 

Passo 2: Procure quatro coisas que podem ser tocadas(qualquer objeto), toque-as e liste metalmente.

 Passo 3: Procure 3 coisas que podem ser escutadas (som do vento, carros passando, músicas, etc), ouça e liste mentalmente.

 Passo 4: Procure 2 coisas as quais você pode sentir o cheiro (perfume, comida etc), sinta e liste mentalmente.

 Passo 5: procure algo que possa sentir o sabor, sinta e liste mentalmente.

 Esse procedimento tira a pessoa do espiral, pois a obriga a tirar o foco dos pensamentos perturbadores.

Em todo caso, é necessário buscar tratamento psicológico para tratar o transtorno, pois o que citei aqui são ferramentas de auxílio, logo não tem o poder de curar qualquer complicação psíquica. Se você sofre com qualquer dificuldade psicológica, lembre-se de que você não está sozinho e sempre pode procurar ajuda. Ansiedade não é frescura, depressão não é frescura, síndrome do pânico não é frescura. Essas e outras são doenças que precisam ser tratadas como qualquer outra.

Referências:

Livro: Ansiedade – Como enfrentar o mal do século, de Augusto Cury;

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/07/17/ansiedade-o-que-e-quais-os-tipos-os-sintomas-e-tratamentos-mais-eficazes.htm

https://mancinipsiquiatria.com.br/tecnica-5-4-3-2-1/

 https://www.youtube.com/watch?v=wMzQAPcvyWw

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