Se você já reparou em camisas masculinas e femininas, deve ter percebido um detalhe curioso:
nas camisas masculinas, os botões ficam do lado direito; nas femininas, do lado esquerdo.
Mas por quê? Foi algum estilista que decidiu isso? É moda? Costume?
Na verdade, essa diferença tem origens históricas que atravessam séculos — e que continuam até hoje por tradição, não por necessidade.
A explicação principal está na forma como as pessoas se vestiam no passado. Durante séculos, muitas mulheres da elite não se vestiam sozinhas: tinham criadas que as ajudavam. Como a maior parte das pessoas é destra, vestir alguém ficava mais fácil quando os botões estavam à esquerda, pois isso favorecia quem estava em frente, abotoando a roupa. Para a ajudante, era a posição mais ergonômica.
Já os homens, que se vestiam sozinhos e também precisavam ter acesso fácil à roupa para manejar armas (especialmente sabres e pistolas), usavam botões à direita, que é o lado dominante da maioria.
com o tempo, essa diferença virou tradição. Mesmo depois que as desigualdades sociais mudaram e as pessoas começaram a se vestir por conta própria, a indústria da moda continuou repetindo o padrão. Hoje, isso se mantém simplesmente porque virou um código visual que ajuda a diferenciar roupas masculinas e femininas — algo que facilita o design, a venda e até a organização das peças nas lojas.
Há também teorias complementares: algumas pessoas dizem que mães destras achavam mais fácil vestir bebês meninas com botões à esquerda. Outras sugerem que roupas femininas sempre tiveram mais detalhes e ornamentos, então adotar um padrão “oposto” ajudava costureiras a diferenciar moldes e cortes rapidamente.
Mesmo com tantas explicações, o motivo principal é o mesmo: uma herança antiga que virou convenção.
Hoje, na prática, não faz diferença funcional. Mas a moda é cheia de detalhes históricos que persistem — e esse é um dos mais curiosos.
Nota editorial
Este artigo faz parte do portal Cognos Space, um espaço de ideias, educação e reflexão, mantido pelo Colégio Cognos.
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