Você sabia que acordar algumas vezes durante a noite pode fazer mais do que apenas deixá-lo cansado e mal humorado? O chamado sono interrompido pode aumentar as chances de morrer prematuramente de doença cardíaca ou de qualquer outra causa. Nisto, as mulheres parecem ser mais afetadas do que os homens.
“Os dados ressaltam ainda mais razões pelas quais precisamos examinar as pessoas para saber se elas se sentem revigoradas ou não e quanto sono estão tendo a cada noite”, explicou a Dra. Andrea Matsumura, que é porta-voz da Academia Americana de Medicina do Sono, responsável pela revisão das descobertas.
O sono pode ser interrompido por diversos fatores como ruído, temperatura, dores ou pausas na respiração como resultado da apnéia do sono. As interrupções são breves e até muitas vezes não é perceptível que estão acontecendo, só se forem fortes o suficiente para realmente acordar a pessoa ou quem estiver junto. O problema é quando isso se torna algo frequente da sua rotina.
Para a nova etapa do estudo, os pesquisadores pretendem analisar os dados de monitores de sono usados pelos participantes. No total, 8 mil homens e mulheres foram acompanhados por uma média de 6 a 11 anos. As pessoas do gênero feminino que experimentaram mais interrupções do sono noturno durante períodos longos de tempo tiveram quase o dobro do risco de morrer de doenças cardíacas. Além disso, elas eram mais propensas a morrer cedo de todas as outras causas, isso ao comparar com mulheres que dormiam mais.
Por outro lado, os homens com sono interrompido no turno da noite tinham cerca de 25% mais probabilidade de morrer de doenças cardíacas em comparação com quem dorme melhor. Inclusive, os fatores para o despertar do sono ou a resposta do corpo podem ser diferentes nas mulheres e nos homens. Porém, exatamente como a interrupção leva ao aumento do risco de morte não é totalmente compreendido.
Autores de um editorial que acompanharam as descobertas dos pesquisadores possuem algumas teorias. “Muitas pessoas com despertares frequentes e sono insuficiente têm outros riscos de doenças cardíacas, incluindo obesidade, pressão alta, diabetes e doenças pulmonares”, falou o redator do editorial Dr. Valentin Fuster, diretor do Mount Sinai Heart na cidade de Nova York.
Com isso, os problemas com ansiedade e estresse podem tirar seu sono e ter efeitos prejudiciais à saúde. Ao ativar o sistema nervoso simpático, há liberação de hormônios do estresse que aumentam a frequência cardíaca e também a pressão arterial, aumentando o risco de doenças cardíacas.
Ou seja, o novo estudo teve algumas limitações e não levou em consideração o uso de medicamentos que podem afetar o sono. O acompanhamento ocorreu em apenas uma noite, sendo que as leituras do monitoramento do sono podem mudar. Além disso, a maioria dos participantes eram brancos e mais velhos, de modo que as descobertas podem não se aplicar numa população mais diversa.
Fonte: OlharDigital
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